BYD quer “ressuscitar” projeto da linha 18-Bronze do monotrilho

A BYD, grupo chinês especializado em mobilidade elétrica, apresentou ontem ao governo do Estado de São Paulo, um projeto para resgatar o modelo original da Linha 18-Bronze do monotrilho, que ligaria o Grande ABC ao sistema metroviário da Capital.

Há um ano, o governador João Doria, resolveu trocar o sistema de monotrilho por um projeto de corredor de ônibus do tipo BRT, sob alegação de alto custo. Na época, Doria e sua equipe prometeu que o edital para viabilizar o BRT sairia até o fim de 2019 e que o contrato com o Consórcio Vem ABC, vencedor da licitação para construir o ramal por monotrilho, fosse encerrado neste mesmo período. Entretanto, até hoje, nenhuma das duas etapas foram concluídas.

Segundo informou o prefeito de Rio Grande da Serra e presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, Gabriel Maranhão, a intenção da BYD é realizar todo projeto de construção – entrariam na lista, além da obra em si, a tecnologia do modal e mão de obra especializada. Caso o governo de São Paulo aceite a proposta, as obras poderiam durar até três anos, disse Maranhão.

Segundo apurou o jornal Diário do Grande ABC, a BYD estaria interessada em até adquirir o Consórcio Vem ABC, formado pelas empresas Primav, Cowan, Encalso e Benito Roggio em 2014. O grupo venceu a licitação da Parceria Público-Privada (PPP), assinada pelo então governador Geraldo Alckmin. O custo do projeto era de R$ 4,26 bilhões, dividido entre Estado, União e o setor privado. O andamento empacou na fase de desapropriações.

Vale ressaltar que como o contrato entre Estado e o Consórcio Vem ABC está ativo – o bloco ameaçou cobrar uma multa bilionária pelo rompimento unilateral do acordo -, há espaço jurídico para discutir a cessão de responsabilidades na obra.

“Apresentamos o projeto ao secretário de Desenvolvimento Regional do Estado, Marco Vinholi (PSDB), e ele se mostrou muito entusiasmado. O interesse foi tão grande que Vinholi me disse que conversaria ainda o mais rápido possível com o secretário de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy. Agora é aguardar. O Estado só não pega o projeto se não quiser”, declarou Maranhão ao Diário do Grande ABC.

O diretor de negócios da BYD, Alexandre Liu, o grupo chinês demonstra grande interesse em viabilizar a obra da linha 18-Bronze do monotrilho e que o fato de a empresa atuar na construção da linha 17-Ouro (Morumbi-Aeroporto Congonhas-Jardim Aeroporto) pode facilitar a conversa com o governo de São Paulo.

“Se o governo destravar essa proposta, temos interesse. O grupo se disponibiliza em aportar dinheiro, caso seja necessário. Queremos retomar o projeto de monotrilho. Estamos à disposição do governo (do Estado)”, avaliou, embora não tenha detalhado como ficariam as desapropriações, etapa que inviabilizou a Linha 18 no passado.

Liu ainda confirmou a possibilidade de comprar o Consórcio Vem ABC. “Só depende deles (Vem ABC). Não posso responder por eles, mas de fato há interesse, já que facilitaria a constituição do projeto”, afirmou.

O Diretor-presidente do Consórcio Vem ABC, Maciel Paiva, preferiu não comentar sobre a possibilidade da transação.

A Linha 18–Bronze foi um projeto do Metrô de São Paulo, que possuiria, em sua primeira fase, aproximadamente 15 km de extensão e 13 estações e transportaria cerca de 314 mil passageiros por dia, ligando as estações Tamanduateí e Djalma Dutra, no centro de São Bernardo do Campo.

Transporte sobre trilhos

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