Memórias do Transporte: Metrô de São Paulo completa 52 anos
O Metrô de São Paulo completou 52 anos na última sexta-feira, 24 de abril, e na edição deste “memórias do transporte” o Rede Noticiando conta um pouco da história dessa empresa responsável por transportar 4 milhões de passageiros diariamente.
A Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) foi constituída no dia 24 de abril de 1968, pelo então prefeito da cidade, Brigadeiro Faria Lima. As obras da primeira linha tiveram início 8 meses depois.
Planejamento, estudos e pesquisas
Antes da fundação do Metrô de São Paulo, foi necessário muito trabalho de pesquisa e planejamento. Em 1966, o então prefeito Faria Lima criou o Grupo Executivo Metropolitano (GEM), que mais tarde se tornaria o Metrô que conhecemos atualmente.
Esse grupo contratou um consórcio de duas empresas alemãs, a Hochtief e Deconsult, que se fundiu com a brasileira Montreal, formando uma nova empresa, a HMD.
A HMD foi a responsável pela primeira “Pesquisa de Origem e Destino“, isso no ano de 1967, que foi responsável por mapear as viagens então realizadas por transporte público na cidade e apontou as linhas básicas de metrô na capital. A partir disso, foram elaborados os primeiros estudos econômicos e o pré-projeto de engenharia.
Na época, esse grupo era coordenado por Francisco de Paula Quintanilha Ribeiro, que foi também o primeiro presidente do Metrô, e hoje dá nome à rua onde está localizado o pátio Jabaquara.
A primeira Pesquisa Origem e Destino do Brasil fez parte dos estudos que levaram à criação, um ano depois, da Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô. Com os resultados, foi possível planejar a primeira rede básica de transporte metroviário da cidade.
A cada dez anos, sem interrupção, o Metrô realiza uma nova edição da maior pesquisa de mobilidade do Brasil. Em 2017, foi realizada a sexta edição.
Fundação da Companhia e o início das obras
No dia 24 de abril de 1968 foi realizada a assembleia que formalizou a constituição da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô).
No final daquele ano, no dia 14 de dezembro, um ato simbólico, em um terreno localizado na rua Pereira Estéfano com a avenida Jabaquara, na zona Sul, marcou o início das obras da Linha 1-Azul (Jabaquara-Tucuruvi), a primeira do Metrô de São Paulo e do Brasil.
Década de 70: Treinamentos e testes
Em 1972, as obras prosseguiam a todo vapor. Depois de meses de treinamentos e testes, uma composição-protótipo de trem realizou a primeira viagem do Metrô entre as estações Jabaquara e Saúde.
Seis meses antes de começar a operar comercialmente, em 1974, o Metrô iniciou um programa de treinamento com seus futuros usuários.
O objetivo era transmitir e habituar o público a utilizar corretamente o então desconhecido e novo meio de transporte, conscientizando a população sobre o valor de sua colaboração na conservação das instalações e dos equipamentos.
O dia 14 de setembro de 1974 marcou a história e será lembrado como a data em que o Metrô mudou a vida na cidade de São Paulo. Foi neste dia que o primeiro metrô do País iniciou a sua operação comercial, entre o trecho Jabaquara e Vila Mariana.
No início da sua operação, o Metrô funcionava de segunda a sexta-feira, das 9 às 13 horas, e fechava ao público nos fins de semana. Na época, a média diária de passageiros era de apenas 2.858 pessoas.
Expansão e a chegada ao coração de São Paulo
No dia 1° de março de 1975, foi realizado o primeiro percurso entre as estações Jabaquara e Liberdade, levando o Metrô até o centro da cidade de São Paulo. Enquanto isso, no Vale do Anhangabaú, eram iniciadas as obras da Linha 3-Vermelha, então chamada de Leste-Oeste.
Em 26 de setembro de 1975, a Linha 1-Azul, com 16,7 quilômetros de extensão, de Jabaquara a Santana, começou a funcionar, operando comercialmente das 6h às 20h30.
Também em 1975, foi inaugurado o primeiro posto avançado da Central de Achados e Perdidos na estação São Judas da Linha 1-Azul. Desde então, o serviço é reconhecido como símbolo de confiabilidade na capital paulistana.
No dia 17 de fevereiro de 1978, a estação Sé foi inaugurada. Até hoje é a maior do sistema metroviário.
Final da década de 70 e o início da operação da linha 3-Vermelha
No dia 10 de março de 1979, o primeiro trecho da Linha 3-Vermelha (Sé – Brás) entrava em operação comercial, com os trens circulando todos os dias, das 6h às 20h. A demanda diária era de 17 mil passageiros.
Um ano e meio depois, o atendimento ao público dessa linha foi ampliado – das 5h à meia-noite – com as inaugurações das estações Pedro II e Bresser. A demanda diária passou para 35 mil passageiros/dia.
Década de 80: Expansão da linha 3-Vermelha
A partir de 1981, as obras de expansão da linha 3-Vermelha seguiam a todo vapor. Em 1986 a linha já operava entre as estações Santa Cecília e Penha.
Em 1987, foi realizado um ato solene em um terreno localizado entre a avenida Paulista e a rua da Consolação, que marcou o início das obras de mais uma linha metroviária, a linha 2-Verde. Isso marcou como a chegada do Metrô ao centro financeiro e cultural de São Paulo.
Em 1988 o Metrô concluiu as obras da linha 3-Vermelha, operando entre as estações Barra Funda e Itaquera ao longo dos seus 22 quilômetros.
Década de 90: Inaugurada o primeiro trecho da linha 2-Verde
Em 1990, foi realizada a viagem inaugural no trecho Paulista da Linha 2-Verde, entre as estações Paraíso e Trianon-Masp.
No dia 25 de janeiro de 1991, teve início a operação comercial do primeiro trecho da linha, com 3 quilômetros de extensão e três novas estações: Brigadeiro, Trianon-Masp e Consolação, além da estação Paraíso, que foi reformada.
Em 1998 o Metrô de São Paulo entregou mais uma parte da expansão da linha 1-Azul (então denominada de Norte-Sul). No mesmo ano, a linha 2-Verde, que até então prestava serviço de Ana Rosa a Clínicas, ampliou o seu atendimento em mais 2,3 quilômetros de linhas com as inaugurações das estações Sumaré e Vila Madalena, na zona Oeste.
Anos 2000
Em 2002, o Metrô entregou o trecho inicial da linha 5-Lilás, entre as estações Capão Redondo e Largo Treze. A rede ganhou mais de 8,4 quilômetro de extensão e seis novas estações.
Em 2004 o Metrô continuou expandindo sua rede, inclusive na zona sul com o início das obras de prolongamento da linha 2-Verde em direção ao bairro do Ipiranga.
Em 2005 o Metrô implantou o Bilhete Único, que foi uma solução adotada para facilitar a integração entre os passageiros do Metrô, ônibus e a ferrovia.
Em 2006 o sistema metroviário foi ampliado com a estação Santos-Imigrantes e logo depois, com a operação da estação Chácara Klabin, ambas da linha 2-Verde.
Em 30 de junho 2007, o atendimento da Linha 2-Verde foi ampliado com a entrada em operação da estação Alto do Ipiranga.
No dia 30 de janeiro de 2010, foi inaugurada a estação Sacomã da Linha 2-Verde. Neste mesmo ano, começou a operar a estação Vila Prudente e, em setembro, a estação Tamanduateí.
A linha privada construída pelo Metrô estatal
Construída pela Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) e operada pela empresa concessionária ViaQuatro, a Linha 4 – Amarela teve o primeiro trecho, entre as estações Faria Lima e Paulista, inaugurado em 25 de maio de 2010.
No ano de 2011, foi aberta a estação Butantã e, em 16 de maio deste mesmo ano, a estação Pinheiros. Após quatro meses, as estações República e Luz foram entregues ao público. Em 2014 foi entregue a Fradique Coutinho.
Hoje, em 2020, a linha 4-Amarela opera entre as estações Luz e São Paulo-Morumbi e existe a expecativa que em 2021, a estação Vila Sônia seja entregue à população, concluíndo assim, as obras desta linha metroviária.
Existe um rumor de que no futuro, a linha possa ser expandida até Taboão da Serra, mas ainda não há nada definido sobre, muito menos algum prazo para início ou conclusão das obras.
Ano de 2014 e suas inovações
Em 2014 o Metrô deu início a operação da linha 15-Prata do monotrilho. Na época o trecho era de apenas 2,3 km entre as estações Vila Prudente e Oratório. Hoje essa linha opera entre as estações Vila Prudente e São Mateus, e está com obras de expansão até Jardim Colonial em andamento.
2017 e a expansão da linha 5-Lilás
Em 2017, foram entregues à população mais três estações: Alto da Boa Vista, Borba Gato e Brooklin, todas na Linha 5-Lilás.
Em 2018 o Metrô seguiu com suas obras de expansão nas linhas 4-Amarela, 5-Lilás e 15-Prata. Foi um ano marcado por diversas entregas de estações, nas 3 linhas citadas.
Ainda em 2018 a linha 5-Lilás foi repassada a concessionária ViaMobilidade. As obras de construção e expansão deste ramal foram concluídas somente em 2019. Atualmente a linha opera entre as estações Capão Redondo e Chácara Klabin.
Ano de 2020
O Metrô segue sua linha de expansão com obras no prolongamento da linha 2-Verde até a Penha, reta final das obras da estação e do terminal de ônibus Vila Sônia da linha 4-Amarela, expansão da linha 15-Prata até o Jardim Colonial e os estudos para levar o monotrilho até o Ipiranga e a Cidade Tiradentes, as obras da futura linha 17-Ouro do monotrilho (Jardim Aeroporto-Aeroporto-Morumbi/CPTM).
A Companhia tem investido também em segurança, com a implantação de portas de plataforma nas estações da linha 2-Verde e 5-Lilás. As linhas 1-Azul e 3-Vermelha devem começar a receber os equipamentos nos próximos meses.
Não podemos esquecer de tecnologia, pois a companhia tem trabalhado na implantação do sistema CBTC, que permite a operação dos trens com maior proximidade, o que ajuda a diminuir o intervalo entre eles e permite a inserção de mais composições no chamado “carrossel”.
Mesmo com tantos problemas apresentados, frutos de investimentos cada vez mais escassos, o Metrô de São Paulo é considerado um dos meios de transporte público mais confiáveis, recebendo inclusive diversos prêmios por isso. Isso tudo é fruto da dedicação e do esforço dos funcionários, por isso, o Rede Noticiando parabeniza todos os colaboradores por manter essa estatal viva, e torcemos para que o Metrô de São Paulo seja cada vez melhor.
Parabéns Metrô de São Paulo pelos seus 52 anos!
Memórias do Transporte
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Transporte sobre trilhos
Confira a situação das linhas metro ferroviárias em São Paulo na aba “Metrô Agora” e “CPTM Agora” do Rede Noticiando e já saia de casa sabendo se tem alguma alteração ou falha.
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