O setor de trasportes coletivos foram atingidos em cheio com as restrições provocadas pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Para se ter uma ídeia, no Brasil, é comum o regime de linhas de ônibus operadas por empresas particulares, cuja renda depende diretamente do fluxo de passageiros. Com o medo do contágio, menos viagens e público, a crise pode ser longa.
Segundo o Jornal Agora, nas primeira semanas de distanciamento social, o número de usuários caiu até 80%. Após o relaxamento da quarentena em muitas cidades, hoje se transporta 40% da clientela anterior.
A Associação Nacional de Transportes Urbanos (NTU) aponta um rombo de R$ 3,7 bilhões até junho e projeta o valor de R$ 8,8 bilhões até dezembro. Empresário e prefeitos querem uma ajuda de R$ 6 bilhões do Governo Federal.
A justificativa deles é que o transporte recebe pouco subsídio no país em comparação às nações desenvolvidas.
E isso não mentira: Nas maiores cidades dos Estados Unidos, por exemplo, a subvenção para os ônibus e trens varia entre 30% e 90% do custo.
Cidade de São Paulo
Em São Paulo, a prefeitura aumentou o subsídio pago as empresas de ônibus durante a pandemia. Segundo um relatório do Tribunal de Contas do Município (TCM), a gestão Covas pagou valores maiores para as empresas de ônibus, somente em abril, foram repassados R$ 287 milhões, aumento de 34% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
A nota técnica enviada pelo TCM surpreendeu os vereadores da Comissão de Finanças da Câmara Municipal. O documento informa que, tomando como base os dados do sistema de transporte público, caso mantida as regras de remuneração atuais dos contratos de concessão, a Prefeitura deverá fechar o ano com o valor próximo dos R$ 3,1 bilhões, R$ 850 milhões a mais do que o previsto no orçamento para pagamento dos subsídios dos ônibus em relação ao ano anterior.
Segundo os técnicos do TCM, o valor médio do subsídio por passageiro passou de R$ 1,19, de janeiro a maio de 2019, para R$ 2,24 em 2020, com pico de R$ 4,21 em abril.
Rio de Janeiro
A Supervia, que opera os trens urbanos no Rio de Janeiro, fez um alerta para o risco de colapso e a interrupção na prestação dos serviços.
Contabilizando perdas mensais de R$ 30 milhões por causa das medidas de isolamento social, a SuperVia, empresa que opera serviços de trens urbanos na região metropolitana do Rio de Janeiro, pode entrar em colapso financeiro na primeira quinzena de agosto.
Nessa situação-limite, a empresa ficaria incapacitada de fazer pagamentos. Dessa forma, poderia ter dificuldades em operar.
O fato já foi comunicado ao governo do Rio de Janeiro e ao governo federal. Tem também sido objeto de reuniões frequentes com o BNDES. O banco detém créditos de R$ 700 milhões no negócio. Além disso, é acionista, com 3,5% do capital.
E esse é um quadro que não será revertido tão cedo, acredita. Até o fim do ano, a perda estimada chega a R$ 285 milhões.
Só a pandemia não é a razão
A pandemia não é a única razão para as pessoas usarem menos o transporte coletivo. A precariedade dos serviços, o incentivo ao uso de carro e os aplicativos como o Uber, 99, já afetaram o setor antes do coronavírus. E vale ressaltar que nada disso se resolve somente com mais dinheiro público, que, por sinal, é escasso.
Aumentar as tarifas continuamente também não é solução. Fazendo isso, acaba se dificultando o acesso dos mais pobre a esse serviço essencial.
Saída a longo prazo
A saída a longo prazo envolve pisar no freio dos incentivos ao uso do carro. Isso pode começar, por exemplo, com uma abordagem polêmica, que é a introdução do pedágio urbano, porém, o poder público, terá que investir na ampliação dos corredores exclusivos de ônibus, aumentado a capacidade de transporte, que atualmente está no limite e claro, elevar a velocidade média, atraindo mais passageiros e ainda, contribuir com a diminuição na poluição.
Transporte sobre trilhos
Confira a situação das linhas metro ferroviárias em São Paulo na aba “Metrô Agora” e “CPTM Agora” do Rede Noticiando e já saia de casa sabendo se tem alguma alteração ou falha.
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