Audiências públicas do Trem Intercidades podem acontecer ainda este ano”, disse presidente da CPTM

Audiências públicas do Trem Intercidades podem acontecer ainda este ano”, disse presidente da CPTM
Trem da série 9500 repintando na cor vermelha (Foto: Gustavo Bonfate)

O presidente da CPTM, Pedro Moro, disse que estão em fase avançada os estudos de concepção do projeto do Trem Intercidades e a expectativa é que as audiências públicas aconteçam ainda este ano. O cronograma prevê a licitação para 2021. Moro participou do painel virtual “Planejamento Urbano e da Mobilidade Andando Juntos”, realizado ontem, dia 3 de setembro, dentro da programação da 26ª Semana de Tecnologia Metroferroviária. O evento é organizado pela Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô (Aeamesp).

O projeto do Trem Intercidades, que deve incluir também a concessão da Linha 7-Rubi, prevê diferentes etapas de implantação do trajeto ferroviário entre São Paulo e Campinas. A primeira delas é a operação entre Barra Funda e Jundiaí; seguido de obras de melhorias e remodelação do trecho Jundiaí-Campinas e revitalização de 44 km de vias duplas, com eletrificação – o que traz a pista de que talvez as locomotivas a diesel estejam descartadas do projeto.

A fase 2 do Trem Intercidades seria o trajeto entre Campinas e Americana, com mais 36 km de extensão. Moro detalhou também como deverá ser o atendimento. A ideia é que todos os passageiros viajem sentados e contem com serviço de bordo. O tempo de viagem previsto é de 60 minutos.

Moro falou também sobre mudanças na gestão administrativa da empresa, motivadas pela pandemia do coronavírus e a adoção do trabalho home office. Segundo ele: 60% dos prédios alugados pela CPTM serão devolvidos. “Hoje, 90% dos funcionários estão felizes com o home office, mas sentem que precisam ir ao escritório uma vez na semana ou a cada 15 dias”, explica. “As pessoas podem morar em suas cidades e chegar à região metropolitana quando precisar vir ao trabalho”.

O painel contou também com a presença do diretor de Mobilidade Urbana da World Resources Institute (WRI), Sérgio Avelleda, que falou da importância de se manter a “fé nas cidades” como primeiro passo para um bom planejamento. “É um lugar onde as pessoas congregam e talentos se encontram”. E lamentou a ausência de um grande planejamento metropolitano reunindo diferentes agentes.

“Fico inconformado que o sistema de mobilidade esteja saturado e que cada secretário de mobilidade siga atuando conforme sua própria lógica. Não tem Bilhete Único Metropolitano. Um passageiro em Guarulhos usa um bilhete e uma tarifa. Chega em SP, precisa de outro bilhete e outra tarifa. Se precisa pegar o ônibus em SP, uma nova tarifa. Multiplicando isso por 22, estamos hostilizando o passageiro e dizendo a ele pra comprar uma moto”.

O gerente de Planejamento e Meio Ambiente do Metrô de São Paulo, Luiz Antônio Cortez, Ferreira abriu sua fala apontando problemas do atual padrão de ocupação do solo. “É indesejado e desnecessário, uma vez que grande parte desta ocupação se dá pelos carros quando deveria ser feita por VLTs e metrôs”.

Cortez também destacou a dificuldade de se investir em mobilidade quando se tem regiões espraiadas como é o caso de São Paulo. Citou um estudo que comparou as manchas urbanas de Atlanta, nos Estados Unidos, e Barcelona, na Espanha, e que mostrou que mancha urbana da cidade espanhola é muito menor. “Em Barcelona, 60% da população vive a cerca de 600 metros de uma estação de metrô. Para esta realidade também ocorrer em Atlanta, teriam de ser construídos 3.400 km de vias para atender a população”, explicou.

Para ele, o desenho da cidade permite ou inviabiliza esta amplitude do transporte urbano sobre trilhos. Entre os exemplos estão cidades como Campinas, São Paulo e a região do Vale do Paraíba.

Cortez apontou como grande problema para a solução do transporte público a falta de um órgão responsável para pensar o transporte no âmbito metropolitano, ligando uma região à outra. Mostrando um gráfico, provou que as vias rodoviárias que chegam à RMSP são uma bomba relógio e estão saturadas.

Anie Amicci, gerente de mobilidade BNDES, destacou a necessidade de os sistemas de transporte reduzirem a dependência dos recursos públicos. E citou mudanças simples que privilegiam os pedestres, com intervenções baratas, como faixas de pedestres.

Ela deu como exemplo o pagamento pelo uso de vias, que começou a ser implantado em Cingapura  em 1975. Ela mencionou casos em Londres, Estocolmo e Milão. “Lá o carro elétrico, com menos poluente, pode acessar o centro sem fazer o pagamento”.

Por fim, listou as prioridades para os agentes públicos: planejamento integrado, com aumento de receita via demanda; política para desestimular uso do transporte individual motorizado e criação de infraestrutura para bicicleta com integração ao transporte público.

*Com informações da Revista Ferroviária

Transporte sobre trilhos

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Igor Roberto

Estudante de Direito e formado em Gestão Pública, com mais de 10 anos de experiência como setorista especializado em mobilidade e transportes. Apaixonado por informar e debater soluções para os desafios urbanos, é o criador da Rede Noticiando , um portal de referência para quem busca entender e acompanhar as principais novidades e tendências do setor. Quer falar com o Igor? Envie e-mail para [email protected]

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