Menino Luan foi atropelado por trem do Metrô de São Paulo indica laudo da criminalística

O Instituto de Criminalística da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo divulgou nesta segunda-feira, 11 de fevereiro, um lado sobre o caso do menino Luan Silva Oliveira, de 3 anos, que foi encontrado desacordado nos túneis da Linha 1-Azul da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô).

Segundo o documento, que foi emitido a partir de imagens fornecidas pelo Metrô de São Paulo, com uma leve pressão já é possível acessar o local onde ocorreu o acidente. Desta forma, o menino de três anos conseguiu passar pelo bloqueio e chegar aos trilhos.

De acordo com informações do laudo, a área que separava a plataforma do túnel estava com um portão de grade metálico com uma placa indicando que o acesso é proibido, dizendo em seguida “risco à vida”. Contudo, de acordo com a Polícia Técnico-Científica, não havia nenhum sistema de travamento na porta e um leve empurrão poderia abrir o acesso.

O mesmo laudo também confirma a presença de hematóide nos trilhos, o que confirma que Luan foi atropelado por um trem do Metrô, o que causou sua morte. Segundo registro do Hospital São Paulo, Luan Silva Oliveira morreu em decorrência de “traumatismo crânio encefálico” ao ser atingido na cabeça pelo trem.

As manchas de sangue foram encontradas a cerca de 260 metros de distância da plataforma, ao longo do túnel nas proximidades da estação Santa Cruz da Linha 1-Azul.

O Rede Noticiando teve acesso ao laudo pericial constando as conclusões da Polícia Técnico-Científica sobre a morte do menino Luan.

Confira:

Relembre o caso

O laudo da criminalística, feito com base nas imagens do circuito interno de câmeras do Metrô de São Paulo, confirmou a versão da mãe do menino Luan, Linéia Oliveria Silva, sobre o acidente.

“As imagens mostram que Linéia tentou correr atrás de Luan, mas a porta imediatamente se fechou e o trem deu a partida no sentido Jabaquara. Ela fez o que estava ao alcance dela e não tem culpa pela tragédia que ocorreu com seu filho. As imagens também confirmam o depoimento de Linéia na Delegacia do Metrô no início do ano”, disse o advogado.

Durante seu depoimento, a mãe do menino relatou que estava no trem com seus filhos, todos crianças, Luan de 3 anos, Isaque de 7 anos e Isabela de 9 anos. No local, também estavam o marido e padrasto das crianças, Edmilson Pereira de Sousa e seu sogro, Edilson de Sousa, que embarcaram na estação Armênia em direção à estação Jabaquara.

Podemos concluir que o Metrô de São Paulo é um local de risco para crianças
— disse Ariel de Castro, advogado da família de Luan

A família pegaria um ônibus no Terminal Rodoviário do Jabaquara para passar o Natal na Baixada Santista. As imagens mostram que ela sentou próximo da porta com Luan no colo e Isaque no banco ao lado. O restante dos familiares sentaram mais a frente.

“Quando estavam na estação Santa Cruz, seu sogro lhe chamou para que sentassem todos juntos. Ela então se levantou colocando Luan na sua frente e foi quando sua bolsa caiu e ela se abaixou para pegar a bolsa e a mochila, e Luan saiu correndo pela porta”, relatou o advogado.

A mãe ainda teria tentado ir atrás de Luan, mas a porta da composição fechou imediatamente. Na estação seguinte, Praça da Árvore, Linéia teria desembarcado com o marido para buscar ajuda de funcionários do Metrô, enquanto o sogro seguiu para o Jabaquara.

“Na estação Praça da Árvore, de imediato, ela não encontrou nenhum funcionário do Metrô na Plataforma. Após isso ela subiu em direção às catracas e lá acionou os seguranças do Metrô. Vários funcionários então apareceram e diziam à ela que estavam olhando as imagens das câmeras para tentar encontrar Luan. Ela e o marido foram então para a estação Santa Cruz, acompanhados de funcionários do Metrô”, contou Ariel de Castro Alves.

“Aproximadamente duas horas depois ela recebeu notícias desencontradas de funcionários, sendo que alguns diziam que encontraram a criança bem, outros funcionários e seu marido lhe disseram que Luan foi encontrado morto caído no túnel do Metrô. Ela então viu os funcionários passarem com uma maca e o corpo do Luan e caiu ao chão, entrando em estado de choque e foi então levada pelos metroviários ao Hospital São Paulo. Lá foi medicada e comunicada oficialmente da morte de seu filho”, relatou ainda o advogado.

O advogado da família fala em reconstituição

O advogado da família de Luan, Ariel de Castro Alves, afirma que está buscando esclarecimentos por parte do Metrô de São Paulo com relação ao que ocorreu com a criança.

“Agora nós queremos uma reconstituição para esclarecer melhor porque tanta demora para que o Metrô de São Paulo pudesse comunicar os operadores dos trens. Os fatos ocorreram às 11h, mas só às 11h45 os operadores de trens foram notificados e apenas depois de 12h20 é que nós tivemos a paralisação efetiva dos trens. Tudo isso precisa ser melhor esclarecido, assim como a facilidade de acesso ao túnel”, concluiu o advogado.

O que diz o Metrô

Em nota ao Rede Noticiando sobre o caso, informou que “a investigação está em curso e as informações solicitadas já foram prestadas pelo Metrô à Autoridade Policial”.

Confira o laudo completo, onde mostra a ordem dos fatos que antecedem o acidente:

Vídeo mostra o acidente

O Rede Noticiando também teve acesso ao vídeo das câmeras internas do Metrô de São Paulo, que mostra o momento em que o menino deixa a composição, e quando ele é visto nos túneis da Linha 1-Azul.

Confira:

Leia também

Rede Noticiando participou na noite desta terça-feira, 5 de fevereiro, de uma reunião com o Presidente do Metrô de São Paulo, Silvani Pereira. Confira a série de notícias sobre esse encontro:

– Presidente do Metrô fala em aposentar os trens da frota E caso Leasing seja viável

– Protocolos e procedimentos de segurança serão revisados diz presidente do Metrô

– Processo de licitação sobre as linhas 6-Laranja e 17-Ouro já estão sendo preparados, diz presidente do Metrô

– Presidente do Metrô fala sobre a instalação de portas de plataforma e a conclusão da implantação do sistema CBTC

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