Cidades dos países em desenvolvimento sofrem mais com o processo de industrialização atrasado e leis menos rígidas, resultando em poluição descontrolada
A industrialização massiva observada nos últimos 100 anos, juntamente da queima de combustíveis fósseis, causou um fenômeno de poluição atmosférica massiva jamais visto anteriormente no globo terrestre. A necessidade de produção em larga escala, primeiramente nos países desenvolvidos e posteriormente nos emergentes mais adiantados, elevou os níveis de poluição a níveis alarmantes e dificilmente reversíveis.
Com base nisso, organismos internacionais movimentam-se, a fim de mensurar e quantificar os níveis de poluição encontrados nas cidades mundo afora. Um levantamento feito no final de 2021 pela organização IQAir mostrou que China e Índia são os países que apresentam o maior número de cidades com os mais altos índices de poluição no mundo. Não por acaso, são países que se industrializaram muito rápido em pouco tempo. O relatório feito pela ONG ainda afirma que “[estima-se] que a poluição do ar custará à economia anualmente mais de US$ 2,9 trilhões, devido à emissão de combustíveis fósseis, ao mesmo tempo que contribui para uma série de problemas ambientais graves”.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) estima que mais de 7 milhões de pessoas morram por ano devido à exposição à poluição. Dentre elas, 3 milhões são crianças. A aspiração de partículas suspensas causa problemas no sistema respiratório e cardiovascular, ocasionando também uma série de desarranjos no organismo, o que pode levar ao desenvolvimento de várias espécies de câncer.
China
Cidades como Hotan, Lifen e Tianying se destacam no país como as mais poluídas. Muito se dá pelo uso da queima de carvão mineral para produção de energia, medida praticamente extinta em diversos países do mundo, mas liberada em algumas regiões da China. Junto disso, o descarte errado de minerais como chumbo nas águas e no solo contribui para a contaminação do meio ambiente. Outros levantamentos também colocam Pequim, Guangzhou e Xangai dentre as cidades mais poluídas do mundo.
India
As cidades de Sukinda e Vapi destacam-se nos rankings internacionais. Por razões semelhantes às encontradas na China, como falta de regulação nos despejos de metais pesados nos rios e solos, além de desrespeito às normas ambientais vigentes que regem sobre o uso de combustíveis fósseis e minerais, a Índia vê sua população sofrer bastante com a poluição. A capital, Nova Delhi, também costuma figurar em levantamentos como uma das capitais mais poluídas do mundo.
Mas não só países em desenvolvimento sofrem com este mal – mesmo capitais europeias como Paris, que, embora seja uma capital de um país de primeiro mundo, também vê uma grande contaminação no ar, devido a partículas finas. Alguns levantamentos já compararam viver na capital com a vida de um fumante passivo. Segundo estudo publicado por um jornal francês, viver durante um ano na capital francesa seria o equivalente a fumar 183 cigarros.
Reverter ou minimizar esse processo requer esforço de cidadãos, indústrias e setor público. Medidas como reciclagem em larga escala, utilização de energias limpas e leis mais rigorosas devem ser algumas das atitudes para que o mundo sofra menos com o mal da poluição. Iniciativas como fazendas de energia solar já podem ser vistas em implantação, e garantem energia limpa e de qualidade para os processos produtivos das empresas e também para residências, podendo um dia chegar a substituir a produção poluente ou não sustentável de fontes não renováveis.