Um ano depois de perder o filho atropelado por um trem do Metrô em São Paulo, Linéia Oliveira Silva, de 26 anos, tatuou o nome da criança que morreu e tenta reconstruir a vida após o nascimento do segundo filho.
Luan Silva Oliveira morreu aos 3 anos de idade em 23 de dezembro de 2018. Enzo Pereira da Silva nasceu em 11 de novembro de 2019.
Luan escapou de Linéia, que havia se distraído e não conseguiu impedir o garoto de sair sozinho do vagão na Linha 1-Azul na Estação Santa Cruz do Metrô.
Vídeos do Metrô registraram o momento que o menino foge da mãe e sair correndo pela porta do vagão até entrar num túnel e ser atropelado e morto por outra composição.
Luan morreu em decorrência de “traumatismo crânio encefálico” ao ser atingido na cabeça por outro trem do Metrô.
Para a mulher, essas datas próximas, entre o nascimento de Enzo e a morte de Luan, lhe trazem um misto de emoções: alegria e tristeza.
“A sensação é ótima porque Deus me deu mais um filho. Mas é triste ao mesmo tempo por causa do Luan”, diz Linéia, que logo após a morte de Luan chegou a engravidar, mas teve um aborto espontâneo e perdeu a criança.
Ela ainda se lembra com mágoa de quando foi a única pessoa investigada pela Polícia Civil pela morte do próprio filho. Um inquérito foi aberto contra ela por homicídio culposo (no qual não há a intenção de matar).
Apesar disso, a polícia, Ministério Público (MP) e Justiça não responsabilizaram Linéia pela morte de Luan. O caso que apurava as causas e eventuais responsabilidades pela de Luan foi arquivado.
Para as autoridades, a mulher já foi penalizada com a morte da criança. “Queria os quatro do meu lado, mas Deus sabe o que faz”, fala Linéia, que além de Enzo, é mãe de Isabela, de 10 anos, e de Isac, de 8. Os três primeiros filhos foram frutos de um relacionamento anterior dela. O caçula é do novo marido.
Mãe faz homenagem ao menino e processa o Metrô
Fazer uma tatuagem com o nome de Luan e a representação dele como um pequeno anjo foi a maneira que encontrou para manter a lembrança do filho.
Ariel de Castro Alves, advogado de Linéia, disse a reportagem que entrou com uma ação de indenização contra o Metrô por entender que a empresa teve participação com o que aconteceu com Luan. O caso foi investigado, mas arquivado sem apontar responsáveis.
Segundo ele, o laudo do Instituto de Criminalística (IC) da Superintendência da Polícia Técnico-Científica demonstra que o acesso ao túnel do Metrô, onde Luan entrou, tem um pequeno portão, sem travamento.
Além disso, teria ocorrido demora dos funcionários para procurar a criança no túnel porque o Metrô não tinha autorizado as buscas e demorou para paralisar as operações dos trens.
“Basta uma leve pressão para passar pelo local que é proibido para quem não é funcionário autorizado”, falou Ariel a reportagem. “Também demoraram para começar a procurar o menino”.
Após a morte de Luan, o Metrô informou um contrato de mais de R$ 340 milhões com um consórcio para a instalação de portas automáticas nas estações das linha 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha.
“Ele passou na porta, que já tinha apitado. Como ele era pequenininho só deu tempo de ele passar. Quando ele passou, eu desesperei. Comecei a bater, gritar. Todo mundo ficou gritando: ‘para o metrô’, mas não conseguiram parar”, havia dito Linéia sobre Luan no ano passado.
*Com informações do G1
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Lamento profundamente pela perda dela. Espero q se recupere e possa ter paz, mas creio q para isso ela deveria procurar um psicólogo para ajudá-la a atenuar seu trauma. Colocar a culpa no metrô não faz sentido, pois o garoto não estava sob a responsabilidade da empresa.
O metrô errou ao não parar os trens quando a mulher procurou ajuda . Porém a mesma também tem sua culpa , crianças tem que ficar sempre atenta.
A mãe irresponsável que deixa o filho correndo no metrô culpando terceiros por algo que é culpa exclusiva dela.