Relatório aponta que o Metrô demorou 61 minutos para permitir buscas por menino em túnel da Linha 1-Azul
Segundo um relatório do Sindicato dos Metroviários, os agentes de segurança da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) tiveram que esperar 61 minutos para serem autorizados a entrar no túnel e procurar pelo menino Luan, de 3 anos, que foi encontrado morto nos trilhos da Linha 1-Azul.
Agentes de segurança informaram durante depoimento à policia que procuraram por Luan assim que foram informados de que ele tinha se perdido da família. Os seguranças só entraram no túnel depois que a energia elétrica foi desligada num trecho de quatro quilômetros, entre as estações Vila Mariana e Saúde, nos dois sentidos.
O Sindicato dos Metroviários informou que, o relatório da empresa mostra que a companhia recebeu uma mensagem de texto às 11h07, dizendo que uma criança tinha desembarcado sozinha na estação e que, em um primeiro momento, a procura ocorreu na plataforma, no mezanino e no shopping que fica acima da Estação Santa Cruz.
Confira a cronologia dos fatos, segundo o Sindicato dos Metroviários:
11h07 – A central do Metrô recebeu uma mensagem em SMS de um passageiro, informando que uma criança desembarcou na Estação Santa Cruz e a família ficou no trem.
11h08 – Começa a procura pela criança na plataforma, acessos, shopping, e na Estação Santa Cruz da linha 5-Lilás, mas não encontram a criança.
11h20 – Sem encontrar ninguém, funcionários começam a cogitar a ideia de procurar no túnel.
11h28 – É formalizada a necessidade de procurar no túnel.
12h08 – Só neste horário é autorizada a entrada no túnel para fazer buscas.
12h22 – Um funcionário avista um corpo no túnel.
12h46 – O corpo é localizado
12h52 – Tem início a operação de resgate da criança.
12h56 – A criança é levada para a plataforma da estação, e de lá imediatamente para o Hospital São Paulo, da Universidade Federal do Estado de São Paulo.
Segundo o relatório, a primeira pessoa a ver o garoto nos trilhos foi um operador de trem, que disse ter visto o menino próximo ao terceiro trilho, entre um vão e dormentes.
O Sindicato dos Metroviários, ao analisar o caso, afirma que “o Metrô preza a excelência e a eficiência na operação, mas deveria prezar também a possibilidade de a criança estar nos trilhos quando o caso ocorreu”.
Diretores do sindicato relatam que há falta de funcionários de plataforma, e defendem que a portinhola que dá acesso à passarela de emergência, no interior do túnel, deveria ter uma trava que a mantivesse fechada (ou sensor com alarme sonoro, por exemplo) para chamar a atenção de funcionários e mesmo de passageiros para o fato de que alguém está entrando no túnel.
O caso segue sendo investigado, e mais pessoas serão ouvidas pela polícia até a conclusão do inquérito.
Relembre
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