O Ministério Público de São Paulo pediu a suspensão do corte de cerca de 365 árvores em uma praça no Jardim Têxtil, na Vila Formosa, zona leste da capital paulista. O local deve abrigar um futuro canteiro de obras para a ampliação da linha 2-Verde do Metrô.
O Rede Noticiando mostrou no início deste mês que a derrubada de árvores para expansão do Metrô é alvo de protesto na capital. Conhecido como Complexo Rapadura, o local é uma das poucas áreas verdes da região. O próprio metrô entregou para os moradores um projeto que fala que há autorização para derrubar 355 árvores.
Na ocasião, um muro foi levantado para isolar o local onde vai ser montado um canteiro das obras, que devem durar pelo menos cinco anos. No local está previsto a construção de um estacionamento de trens, que servirá para injetar composições em uma futura estratégia da linha e ainda, para a montagem do “tatuzão”, que fará a escavação do túnel que terá 8 km.
Além das árvores, o local tem um córrego no meio da praça, um parque infantil, um campo de futebol e uma elevação que permite aos visitantes ter uma vista panorâmica da região e observar o nascer ou o por do sol.
Os moradores criaram um abaixo-assinado que já conta com mais de 5.000 assinaturas e se organizaram em um grupo com a participação de engenheiros, biólogos e advogados para tentar barrar a retirada das árvores.
O promotor de Justiça do Meio Ambiente Ivandil Dantas instaurou um inquérito civil no dia 19 de agosto para apurar o caso. Ele solicitou a visita de um perito do MP (Ministério Público) ao local para avaliar a situação. Segundo a Promotoria, também foram encaminhados ofícios ao Metrô solicitando informações e aos órgãos que cuidam das questões ambientais.
“Por cautela, o promotor encaminhou recomendação ao Metrô para suspender a execução da obra no local até que se esclareça melhor os fatos e, se for o caso, que se encontre uma solução que melhor atenda ao interesse público”, afirma o órgão. Segundo o MP, o Metrô tem autorização para o corte de ao menos 100 árvores.
Em nota a imprensa, o Metrô de São Paulo informou que está prestando todos os esclarecimentos ao Ministério Público, “assim como já tem feito com a comunidade”. Segundo a companhia, “a obra só será iniciada após essa etapa”.
O Metrô diz ainda que “todas as obras são feitas com estudos e licenciamentos ambientais aprovados pelos órgãos competentes, trazendo inúmeros benefícios à população”.
Expansão da Linha 2-Verde
A proposta do Metrô é que a linha 2-verde saia da estação Vila Prudente e chegue até a Penha, conectando-a com a linha 3-vermelha, ambas estações na zona leste da capital paulista. Quando concluída a ampliação até Penha, a linha 2-verde terá 23 km de extensão.
As obras de ampliação vão acrescentar 8,3 km de extensão e oito novas estações à linha, “redistribuindo o fluxo de passageiros na rede e melhorando os deslocamentos na região leste”.
As novas estações da linha serão Orfanato, Água Rasa, Anália Franco, Vila Formosa, Guilherme Giorgi (estação mais próxima da praça Mauro Broco), Nova Manchester, Aricanduva e Penha. Entre as estações Vila Formosa e Guilherme Giorgi será construído o estacionamento de trens Rapadura (que ficaria embaixo da praça Mauro Broco).
“Com o novo trecho, será possível transportar diariamente cerca de 300 mil pessoas a mais na linha 2-verde, promovendo a conexão direta com as linhas 3-vermelha, 11-coral (CPTM) e 15-prata (monotrilho), além de facilitar o trajeto de quem vem da zona leste com destino às regiões da Paulista, sul e sudoeste da capital”, afirma a companhia.
*Com informações do Jornal Agora
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