Greve do transporte coletivo de Manaus entra no segundo dia com risco de paralisação total

Greve do transporte coletivo de Manaus entra no segundo dia com risco de paralisação total
Foto: Reprodução

Rodoviários exigem reajuste salarial, gratificação e manutenção de cobradores; impasse segue sem solução

O transporte coletivo de Manaus (AM) enfrenta seu segundo dia de paralisação parcial nesta quarta-feira (16), com possibilidade de agravamento do movimento grevista ao longo da semana. A mobilização foi iniciada na madrugada de terça-feira (15) pelo Sindicato dos Rodoviários, após o fracasso nas negociações com o Sinetram, entidade que representa as empresas do setor.

Redução da frota causou superlotação e atrasos

Na terça, aproximadamente 30% da frota de ônibus foi retida nas garagens, o que resultou em superlotação dos veículos em circulação, longas filas nos pontos de parada e atrasos nas principais rotas da capital amazonense. Manaus depende do transporte coletivo para deslocar cerca de 500 mil pessoas por dia.

Reivindicações dos trabalhadores

Entre as exigências da categoria estão:

  • Reajuste salarial de 12%
  • Aumento no valor da cesta básica
  • Gratificação de R$ 1.200 para motoristas em dupla função
  • Manutenção dos postos de cobrador, que vêm sendo gradualmente eliminados com a digitalização da bilhetagem

A defesa dos cobradores tem sido um dos pontos mais sensíveis nas negociações.

“O que fizemos na terça foi apenas um aquecimento. Se não houver avanço, a tendência é ampliar a paralisação”, declarou Givancir Oliveira, presidente do sindicato.

Justiça determina operação mínima da frota

A Justiça do Trabalho determinou que 70% da frota opere nos horários de pico (6h às 9h e 17h às 20h) e 50% nos demais períodos. Também proibiu bloqueios nas garagens e exigiu que as manifestações aconteçam a pelo menos 150 metros das entradas dos terminais, sob pena de multa de R$ 60 mil por hora em caso de descumprimento.

Impasse continua e população sofre

As negociações seguem sem previsão de acordo, e a Prefeitura de Manaus, por meio do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), participou de reunião com as partes envolvidas. Apesar disso, não houve consenso sobre a nova Convenção Coletiva de Trabalho 2025/2026, o que mantém a situação indefinida.

A expectativa é que a paralisação se intensifique nos próximos dias, prolongando os impactos para a população manauara, que segue enfrentando dificuldades de locomoção.

Igor Roberto

Estudante de Direito e formado em Gestão Pública, com mais de 10 anos de experiência como setorista especializado em mobilidade e transportes. Apaixonado por informar e debater soluções para os desafios urbanos, é o criador da Rede Noticiando, um portal de referência para quem busca entender e acompanhar as principais novidades e tendências do setor. Quer falar com o Igor? Envie e-mail para [email protected]

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