Como fugir dos juros altos ao comprar seu apartamento
					Comprar um apartamento é, para muitas pessoas, a realização de um grande sonho e um dos investimentos mais importantes da vida. No entanto, o caminho até a assinatura do contrato pode ser desafiador, especialmente quando o mercado está com taxas de juros elevadas.
A boa notícia é que, mesmo em cenários de alta, existem estratégias inteligentes que podem te ajudar a fugir dos juros altos ao comprar seu apartamento e garantir que o seu sonho não se transforme em um pesadelo financeiro.
Este artigo é um guia simples e prático, feito para que qualquer pessoa, mesmo sem grande conhecimento em finanças, entenda como economizar muito dinheiro.
Afinal, saber escolher o melhor caminho é o segredo para ter as chaves na mão e ainda manter a tranquilidade no bolso.
Se você está de olho em um imóvel e viu, por exemplo, que há um maravilhoso apartamento à venda no Botafogo (ou em qualquer outro lugar), mas os números do financiamento te assustaram, continue lendo.
O Que São Juros e Por Que Eles São Importantes?
Para começar, vamos entender o que são os juros de uma forma bem simples. Imagine que você precisa de dinheiro emprestado para comprar um brinquedo grande, mas não tem o valor total.
Você pede o dinheiro a um amigo. Esse amigo te empresta o valor, mas ele cobra um “aluguel” por usar o dinheiro dele durante um tempo. Esse “aluguel” é o juro.
No caso de um financiamento de apartamento, os juros são o preço que o banco cobra por te emprestar o dinheiro por muitos anos.
Se os juros estão altos, significa que esse “aluguel” fica muito caro, e o valor total que você paga pelo imóvel no final pode ser muito maior do que o preço original. Por isso, a missão de todo comprador esperto é encontrar maneiras de reduzir ao máximo esse custo.
1. Dê uma Entrada Maior: O Poder de Pagar Menos
Esta é a dica de ouro! A “entrada” é a primeira parte do valor do apartamento que você paga com seu próprio dinheiro, sem pedir emprestado ao banco.
Pense assim: se o apartamento custa R$ 300 mil e você dá R$ 60 mil de entrada, o banco só precisará te emprestar R$ 240 mil. Se você tivesse dado só R$ 30 mil de entrada, o banco emprestaria R$ 270 mil.
Quanto menos dinheiro o banco te empresta, menor é o valor sobre o qual os juros serão calculados. É como se o “aluguel do dinheiro” cobrado pelo banco fosse menor porque ele emprestou uma quantia menor.
Dica Prática: Economize o máximo que puder antes de comprar. Se for possível, espere um pouco mais para juntar um valor de entrada maior. Vale a pena!
Compare e Simule: O Segredo Está na Pesquisa
Nunca, jamais, pegue o primeiro financiamento que te oferecerem. Os bancos são como lojas diferentes: cada um tem um preço (ou seja, uma taxa de juros) diferente para o mesmo produto (o dinheiro emprestado).
Você precisa fazer o que chamamos de simulação. É como pedir um orçamento em várias lojas. Vá ao seu banco, pesquise outros grandes bancos e até cooperativas de crédito. Peça a eles para simular o valor da parcela e o custo total do financiamento.
Atenção ao CET: O banco tem que te mostrar o Custo Efetivo Total (CET). Esse número é o mais importante, porque ele inclui não apenas os juros, mas também seguros e outras taxas obrigatórias. Ele mostra o custo real e final do seu financiamento. O banco com o menor CET é o seu grande aliado!
Use o Seu FGTS: Um Tesouro Escondido
Se você trabalha de carteira assinada, deve ter um Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Pense no FGTS como uma poupança especial que você construiu com o seu trabalho. A melhor parte é que você pode usar esse dinheiro para:
- Dar ou aumentar a entrada do imóvel: o que, como vimos na dica 1, já reduz os juros.
 - Amortizar o saldo devedor: essa é uma palavra chique para dizer “pagar a dívida mais rápido”. Falo disso na próxima dica.
 - Reduzir o valor das parcelas: em alguns casos, ele pode ser usado para deixar as parcelas mensais mais leves.
 
Amortizar a Dívida: Pague os Juros e Não a Dívida
Esta é uma das estratégias mais poderosas! Amortizar significa pagar uma parte da dívida antes do prazo. Lembra do valor que o banco te emprestou?
Quando você paga uma parcela mensal, uma pequena parte vai para amortizar a dívida, e a maior parte vai para pagar os juros.
Se, de repente, você receber um dinheiro extra (um bônus, 13º salário, ou o seu FGTS), use-o para amortizar. Ao fazer isso, o valor que você deve ao banco diminui na hora.
Como os juros são calculados sobre o valor que você ainda deve, ao diminuir a dívida, os juros futuros também diminuem, e você economiza muito dinheiro ao longo dos anos. Você pode escolher entre:
- Reduzir o valor da parcela mensal: o que dá um alívio imediato no seu orçamento.
 - Reduzir o tempo do financiamento: as parcelas continuam com o mesmo valor, mas o número de parcelas diminui, e você termina de pagar anos antes. Esta costuma ser a opção que mais te faz fugir dos juros altos ao comprar seu apartamento, pois você encurta o tempo que o banco cobra o “aluguel” do dinheiro.
 
Portabilidade do Crédito: Mude de Banco em Busca de Taxas Menores
Se você já começou a pagar o financiamento, mas descobre que outro banco está oferecendo juros bem menores, você não está preso! Existe algo chamado portabilidade de crédito.
É um direito seu transferir o seu financiamento para o banco que oferece as melhores condições. Pense em como trocar de operadora de celular para pagar menos, mantendo o mesmo número.
Você leva sua dívida para o banco novo, que tem uma taxa de juros menor. A economia pode ser significativa no longo prazo.
Dica Prática: Monitore as taxas de juros do mercado de vez em quando. Se as taxas caírem, simule a portabilidade em outros bancos.
Recomendação: Se o seu orçamento permitir, o SAC é geralmente a melhor opção para quem quer fugir dos juros altos ao comprar seu apartamento e economizar no custo final do financiamento.
Quando você for financiar, o banco vai te perguntar sobre o sistema de amortização. Os dois principais são:
- SAC (Sistema de Amortização Constante): As parcelas começam mais altas e diminuem um pouquinho a cada mês. A vantagem é que a amortização (o quanto da dívida você paga) é constante, o que significa que, no total, você paga menos juros ao longo do tempo.
 - Price (Sistema Francês de Amortização): As parcelas são quase sempre do mesmo valor (fixas) do começo ao fim. Isso pode ser bom se você precisa de uma parcela inicial menor. No entanto, no começo, a maior parte da sua parcela é juros, e a dívida demora mais para diminuir. No final, você costuma pagar mais juros do que no SAC.
 
Recomendação: Se o seu orçamento permitir, o SAC é geralmente a melhor opção para quem quer fugir dos juros altos ao comprar seu apartamento e economizar no custo final do financiamento.
Planejamento é Liberdade
Comprar um apartamento é uma decisão que envolve planejamento e paciência. Os juros altos podem ser um obstáculo, mas não são o fim do caminho. Lembre-se:
- Quanto mais você der de entrada, menos juros você paga.
 - Pesquise e compare o CET em vários bancos.
 - Use o seu FGTS para reduzir o saldo devedor.
 - Sempre que sobrar um dinheiro, use para amortizar e reduzir o prazo.
 
Com essas ferramentas na mão, você está mais do que pronto para enfrentar o processo de financiamento. O conhecimento é a sua maior arma para garantir que a conquista do seu lar próprio seja feita da maneira mais econômica e inteligente possível.
Siga essas dicas e em pouco tempo você estará de posse das chaves, sabendo que fez o melhor negócio.

			



