Barras de segurança na Linha 5-Lilás aguardam aval do Metrô desde 2023

Dispositivo com sensor de presença aguarda aval desde 2023
Pelo menos 4 acidentes ocorreram por falta de sensor na Linha 5-Lilás
Um dispositivo de segurança que poderia evitar acidentes com passageiros nas plataformas da Linha 5-Lilás do metrô de São Paulo está parado por entraves burocráticos, segundo documentos obtidos pelo SP2. A tecnologia, composta por barras de borracha com sensores, foi aprovada pela ViaMobilidade em 2024, mas ainda não foi instalada.
O mecanismo impede o fechamento das portas caso um passageiro esteja no vão, reabrindo-as automaticamente ao toque. Durante testes realizados na Estação Capão Redondo, o sistema funcionou como previsto, mas o Metrô de São Paulo não avançou com a instalação.
Tecnologia foi oferecida, mas houve ausência do Metrô em reunião
Uma reunião marcada para 6 de novembro de 2024, no Pátio Capão Redondo, seria o momento para apresentar o projeto à Secretaria de Parcerias e Investimentos e ao próprio Metrô. No entanto, representantes da companhia não compareceram. Desde então, o projeto segue sem definição clara.
Em e-mails, ofícios e cartas, a ViaMobilidade cobrou providências desde 2023, destacando que o atual sistema de portas “exponha os passageiros a riscos”. Os acidentes registrados entre 2021 e 2023, nas estações Chácara Klabin, Santa Cruz, Giovanni Gronchi e Campo Limpo, mostram a falha das barreiras fixas atuais em prevenir que passageiros fiquem presos no vão.
Demora e falta de ação
Em fevereiro de 2022, o Metrô se comprometeu a acionar a fabricante das portas. Mas, nove meses depois, o relatório foi considerado inconclusivo. Uma revisão foi prometida até o fim do ano — o que não aconteceu.
A Secretaria de Parcerias e Investimentos demonstrou preocupação com a lentidão do processo, e chegou a apoiar o pedido da ViaMobilidade para assumir a instalação, arcando com os custos mediante ajuste contratual.
Somente após essa pressão, o Metrô informou ter recebido uma proposta da fornecedora, semelhante à apresentada pela ViaMobilidade. Mesmo assim, a entrega dos equipamentos foi prevista apenas para junho de 2025, depois adiada para outubro do mesmo ano.
A companhia alegou que a implementação exige “análises técnicas” complexas, mas reconheceu a necessidade de acelerar soluções para evitar novos acidentes. Segundo nota oficial, o Metrô vai cobrar a fornecedora para tentar adiantar o cronograma.