Apenas metade dos moradores da região Sudeste usam cinto de segurança no banco de trás do carro

Apenas metade dos moradores da região Sudeste usam cinto de segurança no banco de trás do carro
Créditos: Envato

O acidente com o ex-BBB Rodrigo Mussi fez voltar ao debate o uso do cinto de segurança. Rodrigo estava no banco traseiro de um carro de aplicativo quando o motorista bateu na traseira de um caminhão. O condutor, que usava o equipamento de segurança, não se feriu, já Rodrigo, que estava sem cinto, foi arremessado para fora do carro e, desde então, passou por cirurgias múltiplas na cabeça e na perna, onde teve fratura exposta.

De acordo com a última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019, apenas 54,6% dos brasileiros afirmam sempre utilizar o cinto quando sentam no banco de trás do veículo. No Sudeste, o número é ainda menor, ficando em apenas 53,7%. Entre as capitais da região, o Rio de Janeiro é quem apresenta o menor percentual de pessoas que utilizam o dispositivo, somente 31,6%. Vitória, capital do Espírito Santo, tem o maior percentual, com 62,2% dos passageiros que utilizam o cinto no banco traseiro. Em São Paulo e Belo Horizonte, apenas 47,5% e 55,3% das pessoas usam o aparelho, respectivamente.

A falsa sensação de segurança é causada, normalmente, por trajetos de curta distância ou pela ideia de que os bancos do motorista e do passageiro são capazes de proteger em caso de acidente. O mestre em engenharia de transportes e professor do curso de Engenharia Civil da Universidade Positivo (UP), Hugo Alexander Martins Pereira, explica que o uso do cinto é fundamental para que o passageiro não seja arremessado em direção ao primeiro obstáculo que encontrar na frente, em caso de colisão. “No acidente, há uma relação entre o peso da pessoa e a aceleração em que o veículo se encontra, gerando uma força. O uso do cinto impede que o passageiro seja arremessado para frente, na direção do para-brisa, ou, em colisões laterais, para fora do carro”, detalha.

Por conta dessa força que causa o lançamento da pessoa sem cinto, no caso de acidente, ela pode levar riscos até mesmo para outros passageiros do carro que estejam utilizando o dispositivo. “Na colisão frontal ou traseira, o passageiro pode ser projetado contra o condutor e, mesmo que o motorista esteja usando o cinto, esse impacto pode causar ferimentos mais graves e até a morte. O mesmo risco é provável no caso de uma colisão lateral, na qual a pessoa sem cinto pode ser arremessada contra outros passageiros que estejam no banco traseiro com ela”, alerta o especialista.

Hugo aponta ainda que, além de fornecer segurança, o uso do cinto é obrigatório, tanto nos bancos da frente quanto no traseiro. “Conforme previsto no Código de Trânsito Brasileiro, não usar o cinto de segurança é uma infração grave, independentemente se é o condutor ou os passageiros que estejam sem o equipamento”, ressalta. A empresa de aplicativo que realizava o transporte de Rodrigo mudou a política de segurança após o acidente. Agora, o motorista pode cancelar a viagem caso o passageiro se recuse a usar o cinto. 

O cinto de segurança é um dispositivo que não possui vida útil apenas por tempo de uso do veículo. Porém, no caso de um acidente, o aparelho deve ser substituído depois do ocorrido. “Após a colisão, o cinto deve ser trocado imediatamente, porque todo o fator de proteção dele foi utilizado para realizar a proteção da pessoa. Se não houver nenhum tipo de acidente em que foi preciso forçar o uso do cinto para evitar essa projeção do corpo, a troca não é necessária”, esclarece o professor.

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