Ramal Paula Mattos do Bondinho de Santa Teresa segue sem passageiros após 40 dias da reinauguração
Modal ainda opera em fase de testes e descarrilamento recente aumentou incertezas
Governo investiu R$ 70 milhões na reativação, mas circulação plena só deve ocorrer após o Carnaval
Mais de 40 dias após sua reinauguração, o ramal Paula Mattos do Bondinho de Santa Teresa continua em operação assistida, sem atender plenamente moradores e turistas. Apesar da promessa do governo estadual de que os bondes estariam funcionando normalmente em três dias, até agora, apenas moradores cadastrados podem utilizá-los, e em horários restritos e não divulgados.
Além disso, um descarrilamento ocorrido nesta segunda-feira (19), em frente a um posto de saúde no bairro, intensificou as preocupações. O bonde fazia um teste quando saiu dos trilhos, mas ninguém ficou ferido.
Governo justifica atraso e amplia período de testes
A Central Logística, responsável pela operação, afirmou que o ramal Paula Mattos ainda está em fase de ajustes e que técnicos acompanham as viagens para garantir a segurança e o bom funcionamento.
A empresa informou que uma falha na chave do equipamento que muda o bonde de trilho foi corrigida rapidamente, permitindo o retorno das operações. Além disso, alegou que o prazo de operação assistida foi estendido devido aos desfiles de blocos no pré-Carnaval.
O horário de funcionamento regular, das 8h às 17h, só será implementado após o Carnaval.
Histórico de problemas e investimentos no ramal
O ramal Paula Mattos ficou desativado por mais de 13 anos, após um grave acidente em agosto de 2011. Na ocasião, um bonde superlotado e sem freios tombou na Rua Joaquim Murtinho, resultando na morte de seis pessoas e ferimentos em outras 57.
Desde então, a operação do bondinho passou por paralisações e retomadas graduais. O trajeto Largo da Carioca – Dois Irmãos foi reativado apenas em 2015, e agora, para a reativação do ramal Paula Mattos, o governo do estado afirma ter investido R$ 70 milhões em troca de trilhos, rede aérea, novos bondes e contratação de pessoal.
População cobra funcionamento pleno
Moradores e trabalhadores da região seguem sem informações claras sobre a regularização do serviço.
“A gente vê o bonde passando de vez em quando, mas não há horários fixos. O correto era que ele funcionasse normalmente”, disse a pedagoga Victória Rodrigues.
“Não tem hora certa para passar. Às vezes demora uma, duas horas”, afirmou o auxiliar de serviços gerais Jorge Souza.
A Associação de Moradores de Santa Teresa solicitou uma grade oficial de horários para incentivar a população a utilizar o modal, mas até o momento, não há previsão para a divulgação dessas informações.
Enquanto isso, a incerteza sobre o funcionamento efetivo do ramal Paula Mattos persiste, frustrando os usuários e colocando em xeque o investimento milionário feito pelo governo do estado.
