O pedido do Consórcio Move São Paulo de passar a manutenção e a conservação dos canteiros de obras da Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo para o Governo do Estado de São Paulo foi negado pela Justiça. A decisão saiu na terça-feira, dia 16.
As obras da linha nem começaram: os 15% prontos são apenas os preparativos. O que foi feito inclui a demolição de alguns imóveis e a construção de canteiros. Um deles fica na Marginal Tietê, onde moradores reclamam da presença de ratazanas. Em outro, na Brasilândia, a esquina virou ponto de descarte de lixo e a calçada está coberta de mato.
É com esse tipo de serviço que o Consórcio Move São Paulo diz que gasta muito e entrou na Justiça para passar esses custos ao governo estadual. Segundo os representantes do consórcio, houve descumprimento de obrigações contratuais por parte do Metrô. A Justiça não aceitou o pedido do consórcio por ausência de requisitos legais.
Linha 6-Laranja
Anunciada em 2012, a linha 6-Laranja deveria ficar pronta em 2019, entretanto, as obras começaram mesmo em 2015, mas pararam um ano depois.
De acordo com o projeto, a linha sairia da Brasilândia, na Zona Norte, passaria pela Zona Oeste, onde faria ligação direta com os trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), pelos bairros de Pompeia, Perdizes, e daria acesso à Linha 4-Amarela, na Estação Higienópolis-Mackenzie. No final, chegaria até a Estação São Joaquim, da Linha 1-Azul.
Seria a primeira linha de metrô construída e administrada pela iniciativa privada. O consórcio Move São Paulo reúne as empresas Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC.
Assim que as obras foram suspensas, na época, o consórcio afirmou que enfrentava dificuldades para conseguir empréstimos por causa do envolvimento das construtoras na operação Lava Jato. A Move São Paulo até tentou vender a obras para outros consórcio, entretanto, não obteve sucesso.
Segundo o Governo do Estado de São Paulo, a construção da nova linha parou por iniciativa do consórcio, que descumpriu uma notificação para retomar as obras. O governo afirmou ainda que os pagamentos estão em dia e que multou a concessionária em R$ 207 milhões.
O Metrô de São Paulo entrou com o processo de rescisão contratual, em março deste ano.
O consórcio Move São Paulo explicou que também quer a extinção do contrato de concessão e que o desfecho depende apenas do governo.
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