Justiça suspende lei que flexibiliza meta de eletrificação dos ônibus em SP

Justiça suspende lei que flexibiliza meta de eletrificação dos ônibus em SP
Foto: Jhonny Edhank

Decisão liminar impede mudança na legislação de 2018 e mantém prazos anteriores

PSOL entrou com ação contra alteração que eliminava meta intermediária

A Justiça de São Paulo suspendeu, em decisão liminar, os efeitos da Lei Municipal 18.225/2025, que flexibilizava as metas de eletrificação da frota de ônibus na capital paulista. A medida atendeu a uma ação direta de inconstitucionalidade proposta pelo Diretório Estadual do PSOL, mas ainda cabe recurso.

A lei sancionada neste ano alterava a legislação de 2018, removendo a meta intermediária sem apresentar um planejamento detalhado ou estudo de impacto ambiental.

O que diz a legislação anterior?

De acordo com a lei de 2018, a Prefeitura de São Paulo deveria garantir que:

  • 50% da frota de ônibus fosse elétrica até 2028
  • 100% da frota fosse eletrificada até 2038

A nova lei suprimia a meta de 10 anos, abrindo a possibilidade de manutenção de veículos poluentes por mais tempo.

Decisão judicial e impacto ambiental

O desembargador Mário Deviente Ferraz, responsável pelo despacho, destacou os riscos ambientais da mudança:

“É possível entrever a plausibilidade do quanto alegado no tocante à violação das normas constitucionais referidas na inicial desta ação, bem como inferir o grave risco de sobrevirem danos ao meio ambiente, irreparáveis ou de difícil reparação, com inegáveis prejuízos à vida, saúde e segurança da população local e ao próprio município.”

Vereador critica mudanças e pede manutenção da decisão

O vereador Toninho Vespoli (PSOL), um dos articuladores da ação, celebrou a decisão e criticou o impacto da nova lei.

“Que prefeitura e empresários entendam o risco que ampliar prazos de redução de emissão de poluentes trará para a população. O prefeito quer que a população da cidade respire um ar mais poluído e não podemos permitir. As empresas de ônibus contam, o tempo todo, com as benesses do poder público, enquanto prestam um péssimo serviço para a população.”

A decisão da Justiça mantém, por enquanto, as metas originais de eletrificação da frota, garantindo um cronograma mais rígido para a redução da emissão de poluentes no transporte público paulistano.

Igor Roberto

Estudante de Direito e formado em Gestão Pública, com mais de 10 anos de experiência como setorista especializado em mobilidade e transportes. Apaixonado por informar e debater soluções para os desafios urbanos, é o criador da Rede Noticiando, um portal de referência para quem busca entender e acompanhar as principais novidades e tendências do setor. Quer falar com o Igor? Envie e-mail para [email protected]