A Linha 4-Amarela de metrô, operada pela concessionária ViaQuatro, recebe um valor maior por passageiro transportado, tendo prioridade no repasse de verbas e com garantia de aumento da tarifa anualmente.
A informação foi publicada em uma reportagem da RBA que obteve dados por meio da Lei de Acesso à Informação, que revelam que, enquanto a tarifa paga pelo usuário do Metrô é de R$ 4,40, o governo paulista paga R$ 4,5359 por passageiro para a ViaQuatro.
Além disso, o valor pago por passageiro integrado – que vem de outra linha antes de entrar na linha 4-Amarela – é de R$ 2,2680, enquanto a tarifa de integração do Metrô é de R$ 2,20
Isso resultado no final de cada ano, com a diferença de pouco mais de 20 centavos, em milhões de reais em recursos públicos que deixam de ser investidos nas linhas estatais, para dar suporte financeiro ao grupo empresarial privado.
Segundo a reportagem, entre 2014 e 2019, a remuneração anual da ViaQuatro subiu de R$ 350,1 milhões para R$ 545,6 milhões (55,8%). No mesmo período, o número de passageiros transportados naquela linha cresceu apenas 18%, de 194,3 milhões, para 229,5 milhões. Ou seja, a remuneração subiu mais que o triplo em relação à demanda de passageiros.
Mais privilégios
Um outro privilégio da concessionária ViaQuatro está no repasse de valores pagos pelo governo paulista. Toda a arrecadação de tarifas pelo Metrô, pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), pela ViaQuatro e pela ViaMobilidade (concessionária da linha 5-Lilás) é concentrada na chamada Câmara de Compensação.
Desta forma, o sistema que é utilizado atualmente pelo governo paulista, sob gestão de João Doria, para definir a partilha dos valores funciona da seguinte forma: A ViaQuatro sempre é a primeira a receber, depois vem a ViaMobilidade – que pertence ao mesmo grupo empresarial – daí, só então, é que vem o Metrô e a CPTM, que acabam ficando com o prejuízo, e consequentemente, com menos investimentos.
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